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Mostrando postagens de dezembro, 2018

NOVA CARTILHA DO BARCO DE LETRAS É CONSTRUÍDA COM BASE NA REALIDADE DOS PESCADORES

O seu Enio exibe a cartilha nova em que se vê numa das ilustrações: novo material contextualiza a alfabetização e busca melhorar o aprendizado dos adultos. Foto: Luciano Justiniano. Material escolar básico e uma sacola personalizada foram entregues para os alunos: incentivo. Foto Luciano Justiniano. A presidente do Ipedi, Denise Silva, apresenta a nova cartilha para os alunos: comprometimento. Foto: Luciano Justiniano. Walquiria Bitonti, especialista em educação e secretária do Ipedi, é autora da cartilha e explica que o trabalho ainda será aperfeiçoado conforme o desempenho de cada atividade do material no desenvolvimento dos alunos. Foto: Luciano Justiniano. Com indicadores, Ipedi vai avaliar se o material ajuda melhorar o aprendizado dos estudantes: aperfeiçoamento. Foto: Luciano Justiniano. A nova cartilha de alfabetização do Barco de Letras foi feita especialmente para a realidade dos pescadores ribeirinhos. Todo o conteúdo da cartilha foi feito pensand

PESQUISA REGISTRA MITOS INDÍGENAS QUE ESTÃO SENDO EXTINTOS

A lua cheia iluminava o céu daquela noite. Um grupo de pequenas indiazinhas brincava em frente à morada. Elas cantavam alto. De repente, a Mãe da Noite, a Vanunu, laçou, lá do alto do céu, uma das meninas. De dentro da morada a mãe ouviu os gritos e, correndo em desespero para fora, pôde ver a cena terrível: a filha, amarrada pelo pescoço, sendo puxada para o alto. Desesperada, a mãe grita e pula em direção à filha que vai sendo puxada impiedosamente por Vanunu. A mãe agarra-se à perna da menina, tentando trazê-la de volta à terra. Mas Vanunu é mais forte e, num último ato, puxa a menina com toda a força para o alto, fazendo que a perna em que mãe se agarrava fosse arrancada do corpo da indiazinha, que desapareceu no alto. Mas a perna arrancada deixou uma ferida que sangrava tanto que do céu começou a chover sangue. A mãe encheu baldes do sangue da menina que caía do céu. Então, depois da chuva de sangue,  a pobre mãe da indiazinha chamou os passarinhos para pintá-los com o sangue d

PROFESSORES INDÍGENAS APRESENTAM SEUS TRABALHOS DE ESPECIALIZAÇÃO EM ALDEIA QUE É TEMA DE PESQUISAS

Pesquisadores acadêmicos, defendendo suas metódicas pesquisas no cenário inusitado: uma oca indígena, simples, numa noite escura da primavera quente e úmida do Pantanal. Os pesquisadores apresentam seus trabalhos diante de uma plateia silenciosa – ao fundo, os sons da noite no mato. Um mosquito aqui, outro acolá, não são problema. O lugar simples contrasta com os equipamentos instalados para as apresentações: um datashow (espécie de projetor eletrônico para apresentações de palestras) e um computador projetam slides cheios de informação na parede interna da oca. Duas quedas de energia elétrica – comuns para um lugar distante da área urbana – assustam, mas não interrompem as apresentações que, por alguns minutos, são feitas sob as luzes de celulares do público –  celulares sem sinal, porque ali a rede de telefonia só chega em alguns pontos estratégicos. Dá pra tirar fotos. Mas não dá pra postá-las imediatamente ou tentar fazer, por exemplo, uma live no Facebook. Na plateia, anciãos i

FALANDO EM TERENA, INDÍGENA APRESENTA TRABALHO DE ESPECIALIZAÇÃO

A indígena Bastiana Floriano Tiago defendeu seu trabalho de especialização na Universidade Estadual de MS(Uems) falando apenas terena. Bastiana é aluna do curso de Especialização Lato Sensu em Língua e Cultura Terena, da Uems, iniciativa que tem a participação do Instituto de Pesquisa da Diversidade Intercultural (Ipedi). A apresentação na língua materna indígena de Bastiana só foi possível porque a presidente da banca avaliadora, Denise Silva, que é também presidente do Ipedi, fala o terena. Além disso, um intérprete acompanhou toda a apresentação, traduzindo para o português para o público e às integrantes da banca avaliadora que não falavam a língua indígena. “O texto escrito na primeira pessoa, por sugestão da orientadora, é uma forma autoafirmação de minha identidade indígena, o que me dá a posse do trabalho intelectual, ou seja, eu sou uma indígena falando com meu povo, com olhar de sentimentos indígenas, e não como os purutuye* falaram toda a nossa história. Senti muitas

LIVRO DO IPEDI É USADO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES INDÍGENAS DA UFMS

O livro Fábulas de Esopo em Terras Terena, publicado pelo Ipedi com o apoio da Universidade de Estadual Paulista (Unesp), serviu como base para desenvolvimento de atividade para formação de professores indígenas de aldeias de todo Mato Grosso do Sul no Programa de Formação Superior e Licenciaturas Indígenas (Prolind) da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Chegar à universidade e servir como material para o aprimoramento do processo de formação de professores indígenas é mais um benefício que o Fábulas de Esopo trouxe para MS – o estado possui a segunda maior população indígena do Brasil. O trabalho que usou o Fábulas de Esopo em Terras Terena foi orientado pela professora doutora Ana Lúcia Gomes, da disciplina de Didática do Ensino de Arte. ”O livro Fábulas de Esopo em Terras Terena, foi referência para a criação de material ilustrado na língua materna e língua portuguesa. O processo de criação e resultado final superaram nossas expectativas”, afirma a professora. Par

IPEDI PREPARA COLEÇÃO DE LIVROS SOBRE CONTOS E SABERES TRADICIONAIS TERENA

O professor de português Willie Macedo é o revisor do português de uma coleção de livros com saberes indígenas terena que está sendo realizado sob a coordenação do Instituto de Pesquisa da Diversidade Intercultural (Ipedi). O projeto tem financiamento do Fundo de Investimento da Cultura (FIC) e conta com supervisão da doutora em linguística Denise Silva, presidente do Ipedi. A obra vai reunir uma série de histórias, contos e lendas indígenas terena em coleção preparada com a participação ativa de professores indígenas na escrita e na reprodução de parte do conteúdo. Entre os parceiros para a construção da obra está a organização Ecoa (Ecologia e Ação) que, entre outras coisas,  possui larga experiência em produção editorial de materiais construídos de modo comunitário. “Esperamos, com o material, seguir com nosso trabalho de contribuir para revitalização da língua e da cultura indígena terena”, afirma Denise Silva. Professor Willie Macedo é o responsável pela revisão em portugu

DIRETORIA DO IPEDI SE REÚNE COM ROTARY CLUBE PARA DISCUTIR PARCERIA

A criação de redes de cooperação entre instituições é uma das formas de potencializarmos os resultados que buscamos entre as organizações do chamado Terceiro Setor. Dadas as limitações impostas a cada uma, na maioria das vezes financeira e operacional, o ato de estender as mãos para atuar em parceria pode solucionar muitos dos problemas enfrentados por estas organizações no cumprimento das missões a que se propõem. E neste sentido que o Instituto de Pesquisa da Diversidade Intercultural (Ipedi) tem buscado articular ações em parceria com outras organizações e uma delas é o Rotary Clube de Miranda. Em 20 de novembro, um importante passo neste sentido foi dado quando o Ipedi reuniu-se com o Rotary Clube local para apresentar suas ações e iniciar as conversações para parcerias futuras, capazes de interferir positivamente na vida da comunidade local. A tesoureira do Ipedi, a assistente social Elange Ribeiro, destacou os indicadores de resultado que apontam os impactos positivos do t

COM PIRACEMA, PROJETO BARCO DE LETRAS RETOMA AULAS REGULARES

Com o início do período de defeso que preserva a piracema, a pesca nos rios do Pantanal está proibida e a atividade econômica de pescadores ribeirinhos da região fica temporariamente suspensa. Aproveitando este período em que os pescadores não ficam ausentes dias a fio em busca de pescado Pantanal adentro, o projeto Barco de Letras, de alfabetização de pescadores ribeirinhos, retomou as aulas regulares com a presença de todos os alunos contemplados pela iniciativa. Normalmente, no período de pesca aberta, as aulas são adaptadas à presença ou ausência dos pescadores e como tais presenças n Turma de alunos do Barco de Letras na Colônia de Pescadores Z-5 (Foto: Janete Correa) Na comunidade de Salobra, distante cerca de 15 quilômetros da área urbana de Miranda, as aulas regulares do Barco de Letras também foram retomadas. (Foto: Janete Correa) ão coincidem, as aulas são ministradas quase que individualmente pela alfabetizadora e coordenadora do projeto, Janete Correa. Nesta ép