Pular para o conteúdo principal

Na fronteira com a Bolívia, ongs colaboram para atender crianças em projeto social

Atravessamos a fronteira. O Moinho Cultural da América do Sul acaba de abrir uma filial de suas atividades na cidade boliviana de Puerto Quijarro, o lado boliviano da fronteira com a cidade brasileira de Corumbá, no Mato Grosso do Sul. A unidade surge exatamente no momento em que o Moinho firmou parceria com o Instituto de Pesquisa da Diversidade Intercultural (Ipedi) para potencializar os resultados das atividades que são desenvolvidas com crianças brasileiras e bolivianas. Um dos objetivos do Moinho é oferecer atividades para crianças em situação de vulnerabilidade social, agravada pela presença do tráfico de drogas na região, que acaba aliciando menores.
Na sede do projeto são atendidas crianças bolivianas e brasileiras, num prédio que fica na região do casario tombado como patrimônio histórico em Corumbá. Já no novo prédio, instalado num bairro de Puerto Quijarro, o público-alvo são crianças bolivianas.
As atividades começaram há pouco mais de um mês, por meio de uma parceria entre o governo de Puerto Quijarro, os consulados brasileiro e boliviano e o Moinho. Segundo a diretora-executiva da instituição, Marcia Rolon, a parceria foi fundamental para garantir a abertura da unidade na Bolívia, que deve chegar a ter 45 alunos, com atividades de dança, música e tecnologia.
O projeto que está sendo desenvolvido em parceria do Moinho com o Ipedi busca aplicar os conhecimentos deste último no desenvolvimento de atividades interculturais, neste caso, da relação intercultural Brasil-Bolívia, para fortalecer a atuação institucional do Moinho. A ação é financiada pela ong Brazil Foundation, por meio do programa Arranjos Colaborativos, que fomenta  a relação colaborativa entre instituições que estejam geograficamente próximas ou que tenham em suas missões objetivos similares. “Os Arranjos Colaborativos promovem essa cultura de colaboração e de formação de uma rede capaz de melhorar os resultados das ações das instituições”, diz  presidente do Ipedi, Denise Silva.
As educadoras do Silvia Tavares Farina e Cristina Tavares, do Instituto de Instituto de Apoio e Proteção a Pesquisa, Educação e Cultura (Iappec), que também é parceiro do programa de colaboração, visitaram a unidade da Bolívia, acompanhadas do jornalista Anderson Benites, do Ipedi, e da diretora do Moinho Márcia Rolon. Conheceram como o projeto está sendo estruturado e tiveram contato com alunos, pais e autoridades bolivianas.

“A riqueza da relação intercultural é gigantesca e nós temos certeza de que com este trabalho em conjunto vamos fortalecer sim o Moinho”, afirmou Silvia Farina, que tem no currículo, entre outras experiências, o desenvolvimento de projetos educacionais em comunidades na Africa. 
Ipedi e Moinho desenvolvem ação que visa fortalecer ações institucionais.


Autoridades, alunos e pais bolivianos trocaram informações com as equipes do Moinho e do Ipedi.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Crianças indígenas de aldeia terena voltam a praticar ritos e danças tradicionais esquecidos

Crianças que não conhecem cantos e instrumentos tradicionais; que não praticam ritos tradicionais. Ritos e danças tradicionais fadados a desaparecer com os anciãos à medida em que estes vão, pouco a pouco, falecendo. Não é mais este o cenário que encontramos na aldeia indígena terena Babaçú, no município de Miranda, no Pntanal de Mato Grosso do Sul. A aldeia é exemplo de que a união e o trabalho em conjunto podem promover a verdadeira transformação da comunidade. Lá, na Babaçú, em 2016 e 2017 o Instituto de Pesquisa da Diversidade Intercultural (Ipedi) foi mentor do projeto Sons da Aldeia, uma iniciativa comunitária que, com patrocínio da associação Brazil Foundation, desenvolveu atividades relacionadas ao resgate da cultura tradicional indígena terena junto a alunos da escola local. Os resultados do trabalho são sentidos quando se verifica que atos rituais que já não faziam mais parte do dia-a-dia das crianças tenham voltado a ser realizados, tais como o batism...

Bruaca: vivências e produtos culturais

 O projeto Bruaca é uma iniciativa comunitária, desenvolvida nas comunidades tradicionais do Pantanal que se desenvolve por meio de ações de pesquisa, documentação e divulgação do saber ancestral dessas comunidades por meio de vivências e produtos culturais. Nossa iniciativa busca a valorização do Patrimônio Cultural Material e Imaterial das Comunidades Tradicionais do Pantanal de MS. Desenvolvemos ações de pesquisa, documentação e divulgação do saber ancestral dessas comunidades por meio de vivências e produtos culturais (materiais e imateriais). A iniciativa configura-se ainda como uma alternativa para a geração de renda dessas comunidades que, por estarem distantes da cidade não possuem meios para comercializar seus produtos. A comercialização de vivências como a produção de artesanato com um indígena, almoço na casa de um agricultor, o passeio de barco com um pescador; observação de aves na aldeia são alguns dos produtos oferecidos pela marca, soma-se a isso a comercialização i...

CONHEÇA O FÁBULAS DE ESOPO EM TERRAS TERENA, LIVRO DO IPEDI QUE SERÁ APRESENTADO NA FEIRA LITERÁRIA DE BONITO (FLIB)

O livro Fábulas de Esopo em Terras Terena é  o resultado de um trabalho que vem se desdobrando e oferecendo cada vez mais frutos para o resgate da língua e da cultura indígena terena. Desde 2012 o Instituto de Pesquisa da Diversidade Intercultural (Ipedi) desenvolve nas comunidades indígenas de Miranda, no Mato Grosso do Sul, o projeto Kalivono, uma iniciativa pioneira em se tratando de educação escolar indígena, com a capacitação de professores e a produção, por eles próprios, de material didático bilíngue. O Kalivono veio para ajudar a preencher a lacuna que é uma das principais dificuldades encontradas na educação escolar indígena: a escassez de material didático que fortaleça o ensino da língua materna.  A maior conquista do projeto, no entanto, foi o de despertar nas comunidades indígenas uma significativa melhora da autoestima, do orgulho da cultura e da identidade. Inspirados pelo Kalivono, educadores indígenas passaram a protagonizar iniciativas de resgate da língua e ...