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Instituto inaugura espaço para atividades culturais em comunidade indígena

Um espaço para desenvolve r atividades culturais com alunos enquanto eles não estiverem na sala de aula. Esta é a principal função da Oca Cultural Professor Nilo Delfino, inaugurada na aldeia indígena terena Babaçu, em Miranda, no Mato Grosso do Sul, em 26 de março. A obra foi realizada com recursos do Prêmio Cultura Indígena, do Ministério da Cultura (Minc).  O projeto apresentado ao Minc foi feito sob a supervisão da professora doutora Denise Silva, presidente do Instituto de Pesquisa da Diversidade Intercultural (Ipedi). “A construção da Oca Cultural é desdobramento do projeto Sons da Aldeia, iniciativa da qual o Ipedi é mentor e que é desenvolvida por professores da aldeia Babaçú, com patrocínio da Brazil Foundation”, explica Denise. “O Sons da Aldeia realiza atividades pedagógicas com ênfase no resgate da cultura e a Oca será o espaço em que estas atividades poderão ser desenvolvidas nos horários em que os alunos não estiverem na escola”, completa.

A iniciativa Sons da Aldeia foi patrocinada, inicialmente, em 2016 pelo Outra Parada – Prêmio de Inovação Comunitária, da Brazil Foundation. O sucesso do trabalho foi tamanho que, novamente, agora em 2017, o Sons da Aldeia receberá patrocínio para continuar as atividades. Durante a inauguração da Oca, a presidente do Ipedi lembrou que o local será importante para a nova fase do projeto Sons da Aldeia. “Hoje, nós estamos inaugurando um espaço com o recurso já garantido para desenvolver atividades pedagógicas com as crianças, um recurso que será muito importante para desenvolver a cultura e a língua aqui na aldeia Babaçu”, destacou a pesquisadora, se referindo aos recursos da Brazil Foundation para 2017.
A obra
O projeto da oca leva em conta o protagonismo das comunidades indígenas: a definição do que seria feito com os recursos do prêmio do Minc (no caso, a construção da Oca Cultural) foi feita pela própria comunidade - que decidiu ainda o local, a forma da construção e a que objetivos ela atenderá. Além disso, a construção foi realizada com mão-de-obra local, doada pelos moradores. "É desse modo que nós, do Ipedi, construímos nossa relação com as comunidades com as quais trabalhamos: promovendo o protagonismo comunitário, tão importante para que as ações sejam perenes", finaliza Denise Silva.
O homenageado
O professor Nilo Delfino, já aposentado, foi o primeiro professor da comunidade e fez questão de participar do evento de inauguração do espaço que leva seu nome. Debilitado por questões da idade avançada, o professor lembrou de sua história como educador da aldeia Babaçu e agradeceu a lembrança de seu nome para batizar a Oca Cultural.
A coordenadora do projeto, professora Marlene Rodrigues, agradeceu aos parceiros, em especial ao Ipedi, pelo trabalho realizado.

Oca Cultural Professor Nilo Delfino foi construída com recursos do Prêmio Cultura Indígena, do Ministério da Cultura.

Dentro da Oca, autoridades formaram mesa, a convite da comunidade: da esq. p/ dir: professora Marlene Rodrigues (coordenadora do projeto); Tânia Metelo (coordenadora pedagógica da área indígena da Secretaria Municipal de Educação de Miranda); cacique da aldeia Babaçu, Josué; Elaine Brito (secretária Municipal de Educação e Cultura); professora doutora Denise Silva (presidente do Ipedi); Nilo Delfino (professor homenageado).

Grupo de dança do projeto Cultura e Identidade, da aldeia Passarinho, também localizada em Miranda, apresentou-se durante a inauguração. O projeto Cultura e Identidade também é patrocinado pela Brazil Foundation.

A presidente do Ipedi, professora doutora Denise Silva recebe homenagem da coordenadora da iniciativa Sons da Aldeia, professora Marlene Rodrigues.

O presidente da Câmara Municipal de Miranda, vereador Valter Ferreira de Oliveira, a professora doutora Denise Silva, a secretária Municipal de Educação Elaine Brito e a professora Marlene Rodrigues com o professor Nilo Delfino no descerramento da placa inaugural da Oca Cultural.

Parte da equipe do Ipedi, com indígenas, na celebração da inauguração. Da esq. p/dir: de vermelho, o jornalista Anderson Benites; de preto, ao fundo, a assistente social Elange Ribeiro; na extrema direita, de amarelo, a administradora Equimar o Barbosa.

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