A indígena Bastiana Floriano Tiago defendeu seu trabalho de especialização na Universidade Estadual de MS(Uems) falando apenas terena. Bastiana é aluna do curso de Especialização Lato Sensu em Língua e Cultura Terena, da Uems, iniciativa que tem a participação do Instituto de Pesquisa da Diversidade Intercultural (Ipedi).
A apresentação na língua materna indígena de Bastiana só foi possível porque a presidente da banca avaliadora, Denise Silva, que é também presidente do Ipedi, fala o terena. Além disso, um intérprete acompanhou toda a apresentação, traduzindo para o português para o público e às integrantes da banca avaliadora que não falavam a língua indígena.
“O texto escrito na primeira pessoa, por sugestão da orientadora, é uma forma autoafirmação de minha identidade indígena, o que me dá a posse do trabalho intelectual, ou seja, eu sou uma indígena falando com meu povo, com olhar de sentimentos indígenas, e não como os purutuye* falaram toda a nossa história. Senti muitas dificuldades, dadas às exigências acadêmicas e às dificuldades de uso de língua portuguesa, mas venci e apresento, o meu trabalho”, diz Bastiana em sua pesquisa que registra mitos tradicionais terena contados pelas anciãs da comunidade.
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