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NOVA CARTILHA DO BARCO DE LETRAS É CONSTRUÍDA COM BASE NA REALIDADE DOS PESCADORES

O seu Enio exibe a cartilha nova em que se vê numa das ilustrações: novo material contextualiza a alfabetização e busca melhorar o aprendizado dos adultos. Foto: Luciano Justiniano.

Material escolar básico e uma sacola personalizada foram entregues para os alunos: incentivo. Foto Luciano Justiniano.

A presidente do Ipedi, Denise Silva, apresenta a nova cartilha para os alunos: comprometimento. Foto: Luciano Justiniano.


Walquiria Bitonti, especialista em educação e secretária do Ipedi, é autora da cartilha e explica que o trabalho ainda será aperfeiçoado conforme o desempenho de cada atividade do material no desenvolvimento dos alunos. Foto: Luciano Justiniano.

Com indicadores, Ipedi vai avaliar se o material ajuda melhorar o aprendizado dos estudantes: aperfeiçoamento. Foto: Luciano Justiniano.
A nova cartilha de alfabetização do Barco de Letras foi feita especialmente para a realidade dos pescadores ribeirinhos. Todo o conteúdo da cartilha foi feito pensando no contexto em que eles vivem. A lição pra aprender a letra “R” por exemplo, fala sobre o Rio Miranda.

Antes, o material utilizado era o padrão das escolas regulares e algumas atividades eram as mesmas usadas para alfabetização de crianças. “Isso acabava infantilizando os alunos adultos. Neste sentido não podemos esquecer que os adultos já sabem muito, já têm o conhecimento, leitura de de mundo, o que lhes falta é a alfabetização, que é o que buscamos oferecer com o Barco de Letras”, explica a professora Walquiria Angélica dos Santos Bitonti, especialista em educação, secretária do Ipedi e que é uma das autoras do material que está sendo usado no projeto.

As cartilhas foram entregues aos alunos na retomada das aulas intensificadas neste período de defeso, em que a pesca está fechada e os pescadores não ficam tanto tempo fora de casa e sem poder frequentar as aulas. Fora do período de defeso, as aulas acontecem conforme a disponibilidade dos pescadores e, como as rotinas de cada um deles no rio varia, as aulas acabam se tornando acompanhamentos individuais feitos pela alfabetizadora e coordenadora do Barco de Letras, Janete Correa. “E eles continuam com o compromisso, sempre levam tarefas pra fazer mesmo quando estão no rio pescando, e trazem de volta essas tarefas feitas.

Sem este comprometimento deles, não estaríamos conseguindo os resultados que obtivemos até hoje”, diz Janete.  “Agora no período de defeso conseguimos contar com a presença de todos e o trabalho rende muito mais”, completa.

Além do material didático novo, os alunos receberam material escolar e sacolas personalizadas do projeto. “É uma forma de darmos um incentivo a mais pra eles”, explica a presidente do Ipedi (Instituto de Pesquisa da Diversidade Intercultural), organização que realiza o Barco de Letras.



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