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Mostrando postagens de março, 2020

COMO OS POVOS INDÍGENAS ESTÃO ENFRENTANDO PANDEMIA?

Aqui, no Pantanal de Mato Grosso do Sul temos a segunda maior população indígena do Brasil – ficamos atrás apenas da Amazônia. Mais precisamente no município de Miranda, em que o Ipedi está sediado, temos uma população de quase nove mil indígenas vivendo em 8 aldeias. Por iniciativa das próprias lideranças desde a semana passada, há aldeias com portões fechados para impedir que entrem visitantes que possam, porventura, levar o vírus para dentro das comunidades. Em especial entre os terena há uma incidência muito alta de diabetes – uma das doenças pré-existentes que podem agravar os impactos da COVID-19 nos pacientes. Estamos buscando formas de apoiar as comunidades com as quais lidamos, especialmente neste momento de crise. Nossa primeira providência é propiciar canais de comunicação e disseminação de informações para estas comunidades. Estamos em contato direto, por meios eletrônicos, com as aldeias de Miranda, caciques, professores lideranças. Evitando o contato físico e

IPEDI É HOMENAGEADO PELA CÂMARA MUNICIPAL DE CAMPO GRANDE

Recebemos uma moção de aplausos da @camaracgms, proposta pelo vereador Eduardo Romero, em alusão ao trabalho que desenvolvemos na produção do livro Fábulas de Esopo, que beneficiou 2 mil crianças de escolas públicas. 

IPEDI FIRMA PARCERIA COM ECOA

Ampliar o nosso impacto nas comunidades pantaneiras? Sim! O Ipedi e a organização Ecoa estão firmando parceria para desenvolver projetos que impactam comunidades da região de Miranda. As duas organizações estão formatando as ações que já começaram a ser tratadas com outros parceiros, formando uma rede de cooperação. “Aprendemos com nossa parceira, BrazilFoundation, a importância de firmarmos parcerias para criar redes cooperativas que nos ajudem a otimizar nossos resultados. E é isso que estamos fazendo na parceria que estamos firmando com a Ecoa”, conta a presidente do Ipedi, Denise Silva. Reunião entre o Ipedi e a Ecoa: impactos positivos para comunidades do Pantanal

ECO PANTANEIRO: UM ESPAÇO ARTETERAPÊUTICO

A professora doutora Ana Lúcia Gomes da Silva é diretora do Espaço Eco Pantaneiro e parceira do Ipedi O Espaço Eco Pantaneiro é um ateliê arteterapêutico localizado no município de Aquidauana/MS voltado à arte, cultura e educação. É dentro do ambiente de arteterapia onde podemos proporcionar um bem estar há quem dele participa. Justificamos por meio do fazer artístico uma educação emocional, cultural e ambiental que propicie a construção de novas vivências via desenvolvimento do potencial criador. O olhar para a arte como terapia sempre nos chamou a se ocupar com a forma mais adequada de contribuir com a cultura local e regional e assim desenhamos este projeto de vida pós aposentadoria como docente da UFMS/Campus de Aquidauana. As ações no Espaço Eco Pantaneiro têm como premissa valorizar a cultura de natureza exuberante com fortes apelos pantaneiro. A proposta se organiza estrategicamente com oficinas criativas, concebendo a arte como um movimento terapêutico sociocultural

#TBT DE QUANDO A GENTE PODIA CIRCULAR LIVREMENTE ENTRE NOSSAS COMUNIDADES

Nestes tempos de quarentena e isolamento, o #TBT é pra lembrar de como é bom quando a gente pode circular com as nossas comunidades sem medo de nada! Saímos cedinho de Miranda. Estávamos com o Heitor e a Amanda, ambos do projeto Yacarantã. O Yacarantã é composto por uma rede de jovens desenvolvendo plantios regenerativos para possibilitar geração de renda sem degradação ambiental, na região de Brumadinho, MG. Conhecemos eles numa das reuniões de líderes realizadas pela BrazilFoundation. Surgiu uma parceria e eles vieram para conhecer nossas ações. E os levamos para uma vivência entre o povo indígena Kadiwéu, na aldeia Alves de Barros, na região de Bodoquena, onde temos um trabalho para resgatar a cultura indígena com crianças da comunidade. Viajamos cerca de 60 quilômetros de estrada de chão, quase um rally. Levando toda a bagagem que incluía “apetrechos” de acampamento para dormirmos na escola em que ficaríamos hospedados. No caminho a serra d

IPEDI É PARCEIRO DE PROJETO DO ESPAÇO ECO PANTANEIRO

O projeto Compaixão é uma iniciativa que desenvolve atividades de arte, cultura e educação para moradores da comunidade do Bairro Nova Aquidauana, em Aquidauana, Pantanal de Mato Grosso do Sul. O projeto, executado pelo Espaço Eco Pantaneiro tem o apoio do Ipedi. “O Compaixão se esforça para oferecer possibilidades artísticas e culturais à comunidade, mas tem sido invadido por sensibilidades desafiantes causadas pelas questões sociais, entre elas, a alta taxa de desemprego”, relata a diretora do espaço Eco Pantaneiro, professora Ana Lúcia Gomes, destacando os desafios que se impõem na realização das atividades do projeto. MAS POR QUE A ARTE PARA LIDAR COM ESTE GRUPO “Primeiro porque ela é uma excelente ferramenta para compreensão da nossa situação no mundo, dá a dimensão de nossa capacidade de criar, recriar e socializar. Segundo nossos próprios escritos: a arte rompe barreiras de exclusão, visto que a prática educativa está embasada não no talento ou no dom, mas na capacidade de vi

CRIANÇAS INDÍGENAS PARTICIPAM DE PROJETO DE REVITALIZAÇÃO DA CULTURA

Crianças da aldeia Kadiwéu Alves de Barros numa tarde de atividades do projeto que busca fortalecer laços comunitários e resgatar saberes tradicionais da etnia Kadiwéu. Crianças indígenas da aldeia Alves de Barros, da etnia Kadiwéu. Foto: Luciano Justiniano A iniciativa, denominada “Nadinaghajetedi Ejiwajegi” ( em português Pinturas do Povo Kadiwéu) e coordenado pela designer indígena Benilda Kadiwéu. O trabalho tem mentoria do Ipedi, com patrocínio do Prêmio de Inovação Comunitária Outra Parada, da BrazilFoundation. #OutraParada #OP2019 #OutraParada2019 #BFapoio2019

"A MULHER INDÍGENA É A MÃE, A AVÓ, A FILHA, A NETA. É A QUE VARRE O QUINTAL DE MADRUGADA E NO FINAL DO DIA, PARA ESPANTAR QUALQUER ESPÍRITO RUIM, É A QUE CUIDA DA CASA, DA COMIDA, DOS FILHOS, DOS NETOS, DA COMUNIDADE"

Denise Silva é presidente do Ipedi e fala dos desafios das mulheres indígenas No último dia 08 celebramos o Dia Internacional da Mulher, um dia historicamente marcado por luta. Mesmo tendo um dia especificamente dedicado às mulheres, sabemos que esse dia é todo dia e que a luta histórica perpetua nos dias de hoje. Falamos da luta das mulheres por equidade, por igualdade salarial, por acesso à formação, por proteção contra a violência doméstica, pela busca do equilíbrio entre carreira e maternidade, entre tantos outros temas que permeiam o universo feminino. Mas, por ser um universo de culturas e contextos, não podemos generalizar e considerar que os avanços na legislação atendem todas as mulheres, que a luta ocorre de forma igualitária em todos os contextos. Assim, nossa fala é sobre um contexto muito específico, o contexto da mulher indígena, no município de Miranda, e que participam dos projetos desenvolvidos pelo IPEDI. Iniciamos nossas atividades em 2012 e desde então

MIRANDA SEDIA PRIMEIRA ENCONTRO ESTADUAL DE MULHERES INDÍGENAS

Evanilda Rodrigues é professora indígena terena, coordenadora do Movimento de Mulheres Terena de Mato Grosso do Sul, ativista e integra o Ipedi  A primeira Assembléia das Mulheres Terena surgiu a partir das necessidades que nós Mulheres Indígenas enfrentamos nas nossas comunidades. Nós Mulheres Indígenas sempre quisemos espaços nas reuniões para colocarmos nossas ideias. A partir daí surgiram várias mulheres interessadas em fazer parte desse movimento. Nosso anseio era de que alguém ouvisse a nossa voz e também nosso maior objetivo, a nossa participação como lideranças. Então, nós Mulheres Indígenas buscamos esse enfrentamento para melhoria de nossa saúde, educação e território e lutamos juntamente com caciques e  nossas lideranças que nos apoiam para continuar lutando pela novas Gerações que virão e que estão crescendo em nossas Comunidades. Buscamos também conquistar nossos espaços, nosso empoderamento e também nossos Direitos.

“NÓS MULHERES AINDA COLHEMOS FRUTOS DE UMA SOCIEDADE MACHISTA, VELADA OU ESCANCARADA, QUE NOS FAZ TER ATITUDES MACHISTAS SEM AO MENOS PERCEBER”

Elange Ribeiro é assistente social, ativista, vereadora e integra a diretoria do Ipedi. As mulheres possuem uma luta histórica pelos seus direitos e até mesmo pelos seus deveres, vislumbrando ocupar um espaço de igualdade na sociedade. Primeiramente, temos acompanhado o fato de que muitas mulheres da metade do século XX pra cá, assumiram o papel de ir além das obrigações postas por séculos pela sociedade, de subserviência de seus pais e esposos, passaram a avocar a função de pensarem e assumirem o leme de sua vida. Mulheres passaram a falar de seus ideais e de suas ideias, passaram a ser protagonistas e não mais coadjuvantes de sua própria história. Isso levou a ter liberdade, independência de seu corpo, de seu trabalho, de seus estudos. Assim, passaram a ir além do sentimento de inferioridade de gênero, posto culturalmente e socialmente ao longo da história da humanidade. Bom, feito isso, conquista realizada. Então qual o destino de uma mulher no século XXI? Apesar dos avanç

A CRUELDADE DA POBREZA NAS COMUNIDADES INDÍGENAS

A frase de Nobel da Paz de 2006, Muhammad Yunus, serve muito ao Brasil de 2020. Segundo o Relatório da Desigualdade Global, da Escola de Economia de Paris, o Brasil é hoje o país democrático que mais concentra renda no 1% do topo da pirâmide. As tensões causadas pela pobreza e a desigualdade social são uma presença incisiva e cruel, especialmente em comunidades minoritárias como as indígenas. O Ipedi realiza projetos sociais no Pantanal de Mato Grosso do Sul, numa região com alta concentração de índios da etnia terena. Nossas experiências práticas no trabalho com este povo nos confrontam com tensões diversas causadas pela pobreza que assola as comunidades: conflitos por terras, alcoolismo, exploração sexual, evasão escolar. As tensões são agravadas pelo racismo. Junto à luta por conseguir formas de enfrentar a pobreza em suas comunidades, os índios precisam batalhar contra o preconceito – que corrói oportunidades, fecha portas para parcerias, dificulta a formação de redes de