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Mostrando postagens de março, 2019

COM MATERIAL DIDÁTICO ESPECIALMENTE FEITO PARA ELES, PESCADORES RIBEIRINHOS SÃO ALFABETIZADOS EM PROJETO DO IPEDI

O Instituto de Pesquisa da Diversidade Intercultural (Ipedi) construiu uma cartilha especialmente feita para alfabetização de pescadores ribeirinhos adultos. O material está sendo usado pelo grupo de alunos do projeto Barco de Letras, composto por pescadores ribeirinhos da região do Pantanal de Miranda, no Mato Grosso do Sul. Com a cartilha, os alunos da professora Janete Correa – alfabetizadora e coordenadora do Barco de Letras – passam a utilizar um material contextualizado, que traz nas páginas a alfabetização através de coisas do dia-a-dia no Pantanal. “Desse modo o aprendizado terá mais significado para os alunos”, explica a especialista em educação Walquiria Angélica Bitonti que coordenou o processo de construção da cartilha. “Estamos num trabalho de avaliação da aplicação do material e vamos medir os impactos que ele teve na qualidade do aprendizado dos alunos. Assim poderemos corrigir algumas falhas que descobrirmos e aperfeiçoarmos o material”, afirma a assistente social E

PROJETOS COM O APOIO E A PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE

O trabalho de uma organização não governamental em uma comunidade só tem sucesso se tiver validação da mesma. A relação de confiança com a comunidade, que o Ipedi desenvolveu ao longo dos tempos, permitiu que surgissem lideranças comunitárias importantes. É o caso da professora indígena terena Evanilda Rodrigues, que fala dos projetos que, em parceria com o Ipedi, ela realiza na aldeia indígena terena Passarinho, em Miranda, no Pantanal de Mato Grosso do Sul.

IPEDI AMPLIA IMPACTO: CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO DE PROFESSORES INDÍGENAS CHEGA A 6 MUNICÍPIOS DE MS, EM PARCERIA COM UEMS

O Ipedi (Instituto de Pesquisa da Diversidade Intercultural) amplia seu impacto, alcançando toda a população indígena terena de Mato Grosso do Sul (MS), participando da formação de professores que atuam nas aldeias indígenas existentes em 6 municípios. Em parceria com a Uems (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) o instituto participou do curso inédito de Especialização Lato Sensu em Língua e Cultura Indígena, direcionado a professores indígenas. “O Ipedi participou de todas as etapas da construção do curso: da elaboração do projeto, passando pela aplicação das provas do processo seletivo, eu, representando o Ipedi, atuei como professora do curso e também fui uma das orientadoras. Tivemos alunos de Aquidauana, de Anastácio, de Miranda, de Nioaque, de Sidrolândia, de Dois Irmãos do Buriti”, explica a presidente do Ipedi, Denise Silva, uma das referências nacionais em pesquisa de cultura indígena. Mato Grosso do Sul tem a segunda maior população indígena do Brasil, com m

PRESIDENTE DO IPEDI É ACEITA PARA SEGUNDO PÓS-DOUTORADO

O trabalho do Instituto de Pesquisa da Diversidade Intercultural (Ipedi) é balizado por pesquisas acadêmicas importantes na área de educação. A organização realiza projetos com a parceria de universidades de várias regiões do país, fazendo a aplicação do conhecimento produzido na academia em projetos que melhoram a educação em comunidades do Pantanal. Mais uma importante conquista aconteceu neste sentido: a presidente do Ipedi  Denise Silva foi aceita para o seu segundo pós-doutoramento. Denise, que já é pós-doutora em Lexicologia e Lexicografia pela Unesp (Universidade Estadual Paulista) foi, agora, aceita para pós-doutorado em Sociolinguística pela Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (Uems). O orientador do trabalho de Denise é o professor doutor Antonio Carlos Santana de Souza, que, entre outros postos acadêmicos, é pesquisador do Departamento de Linguística da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP (Universidade de São Paulo). “Esta é uma conquista do

IPEDI LANÇARÁ COLEÇÃO DE LIVROS SOBRE A CULTURA INDÍGENA

Uma coleção de livros de com histórias, costumes, lendas indígenas está sendo preparada pelo Instituto de Pesquisa da Diversidade Intercultural (Ipedi) para ser lançada nos próximos meses. Com autoria de diversos indígenas da etnia terena, a obra vai contemplar vários aspectos deste povo indígena – o maior em números populacionais no Mato Grosso do Sul. A obra não será vendida, pois não tem fins comerciais e deve ser utilizada, principalmente, como material de apoio para escolas públicas de Mato Grosso do Sul, conforme explica a presidente do Ipedi, Denise Silva. “Estamos em processo de finalização da edição, com a revisão que está sendo feita pelos indígenas autores”, conta Denise. “Nos apenas organizamos o material, o que é mais importante neste trabalho é reafirmarmos o nosso compromisso com o protagonismo dos indígenas, neste processo que é de suma importância para revitalização da cultura, uma busca que as comunidades terena de Mato Grosso do Sul vêm fazendo de um jeito extrem

Ipedi participa de livro que reúne pesquisas sobre educação na região do Pantanal

O Ipedi (Instituto de Pesquisa da Diversidade Intercultural) é um dos realizadores do livro “A Interdisciplinaridade e os Diferentes Cenários da Educação” que reúne pesquisas sobre o cenário da educação na região do Pantanal de Mato Grosso do Sul. A obra, feita em parceria com a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) foi lançada em 21 de fevereiro, no campus da UFMS em Aquidauana. A obra reúne pesquisas de acadêmicos do curso de Pedagogia do Campus da UFMS em Aquidauana, abordando temas diversos que afetam a área da educação para as comunidades da região do Pantanal. Há pesquisas que vão desde a análise das abordagens de espaço, paisagem e bacia hidrográfica no espaço geofísico em escolas públicas da região, passando por estudos sobre a educação inclusiva nas escolas pantaneiras, chegando a pesquisas sobre questões indígenas focando tanto a vivência de acadêmicos indígenas na UFMS, bem como aspectos da educação escolar indígena nas aldeias do Pantanal. “O Ipedi

Mulheres que inspiram – A PANTANEIRA QUE VIROU PÓS-DOUTORA E QUE VOLTOU PARA TRANSFORMAR A VIDA DE SUA COMUNIDADE

Ela vinha de ônibus, da zona rural, para estudar em escola pública. Ela foi embora da sua cidade, em busca de um futuro melhor. Ela ingressou numa universidade pública e, contra todos os prognósticos que acometem as pessoas de classes menos favorecidas, tornou-se pesquisadora. Da graduação ao mestrado foi um pulo. Do mestrado ao doutorado, um salto, talvez jamais imaginado por ela mesma e pelos seus. Como se já não bastasse ter se tornado uma autoridade na área em que atua, aquela menina do ônibus, aquela moradora da zona rural, que estudou na Escola Estadual Caetano Pinto, que foi alfabetizada pela professora Lia Kling, que morava na região rural do “Carrapatinho”... Ela... Se tornou pós-doutora, estando à frente de muitos de seus professores de universidade. Ela, uma mirandense, integra a elite intelectual do país. E nem por isso, deixou suas raízes, fincadas firmemente nestes pantanais. Denise Silva é, hoje, uma das mais importantes pesquisadoras brasileiras na área de linguística

Mulheres que inspiram – ELA ALFABETIZA PESCADORES RIBEIRINHOS DO PANTANAL

A dor que se transforma em força. A força que abre caminhos e ilumina a vida das pessoas a sua volta. Janete Correa. Dona de uma das dores mais terríveis da vida – a de perder uma filha – ela toca em frente e transforma o sofrimento em garra capaz de trazer a luz aos olhos dos pescadores ribeirinhos do Pantanal de Miranda, no Mato Grosso do Sul. Não é exagero. Janete é a idealizadora do projeto Barco de Letras, premiado nacionalmente e que oferece alfabetização a pescadores ribeirinhos adultos que não tiveram a oportunidade de frequentar a escola regular e que, portanto, são analfabetos. Eram. Agora, com o trabalho incansável e comprometido da Janete, estão aprendendo a ler e a escrever e alguns já ingressaram na Educação de Jovens e Adultos – um sonho bem distante para quem, antes, se sentia como um “cego”, sem compreender o mundo das letras. “Como cego no mundo”, como nos afirmou dona Nilza Bandeira, uma das alunas de Janete. Você ainda tem dúvidas de que Janete ilumina vidas?

Mulheres que inspiram – A PROFESSORA QUE LEVOU LEITURA PARA BAIRROS DA PERIFERIA DE MIRANDA, NO PANTANAL DE MS.

Criança é um mistério. Nem todo mundo consegue chegar até eles, se conectar de um jeito especial e duradouro. A professora Marilza Silva consegue. Com o sorriso aberto e desprovido de qualquer preconceito, ela ganha atenção e a amizade dos alunos, construindo uma relação forte e capaz de transformar até os tais alunos-problema. Foi com essa experiência que Marilza propôs ao Ipedi realizar o Um Pé de Livro, que fomenta a leitura em bairros centrais e da periferia de Miranda, no Pantanal de Mato Grosso do Sul. Chegar num bairro, debaixo de uma arvore qualquer, com livros para atrair as crianças não parecida uma tarefa fácil, num mundo em que a leitura concorre com os youtubers da vida. Mas, como mulher pantaneira que é, Marilza sabia de sua capacidade de realizar mudanças, de acender fagulhas de conhecimento e cultura em mentes e corações tão jovens. Foi assim que ela encarou a empreitada e encontrou historias que emocionaram a todos nós no Ipedi, a cada retorno de atividade realizad

Mulheres que inspiram - COMPROMETIDA COM CAUSAS SOCIAIS, A ASSISTENTE SOCIAL QUE DESENVOLVE PROJETOS QUE TRANSFORMAM A VIDA DE PESSOAS NO PANTANAL

“Fazer a diferença, sendo a diferença”. É uma frase que a Elange sempre usa. Longe de ser uma mulher de frases, Elange é uma mulher de ação. As palavras exprimem o que ela realiza – e não é pouco. Assistente Social de formação, já ocupou cargos públicos de gestão, entre eles o de vereadora. Foi neste período que, reconhecendo o trabalho que o Ipedi vinha realizando, defendeu o instituto em importantes espaços, sendo autora de projetos que conferiram a utilidade pública para o Ipedi, conquistas legais que possibilitaram um crescimento das ações da organização, o que significou, acima de tudo, a ampliação da quantidade de pessoas beneficiadas. Elange é uma pessoa que cuida das pessoas. Sempre disposta a acolher e oferecer uma mão parceira, ela construiu uma história de comprometimento com as minorias e com as pessoas menos favorecidas. Deste comprometimento surgiram ações como a mentoria do projeto Capoeira Pantaneira, oportunizando cidadania a crianças e jovens através dos esportes

Mulheres que inspiram – A PROFESSORA INDÍGENA QUE ENFRENTOU DIFICULDADES PARA GARANTIR EDUCAÇÃO QUE RESPEITA A CULTURA DE SEU POVO

A Maísa é uma daquelas pessoas com as quais a gente conversa sobre a vida e logo se emociona. Ela fala com paixão, com sentimento, da batalha que é ser professora de escola pública no Brasil. No caso da Maísa, uma batalha pintada com cores mais fortes, pois é professora indígena. Assim, além de enfrentar todas as agruras de um país que não valoriza a educação, ela, como seus colegas indígenas, encara ainda o preconceito e a falta de uma política clara e efetiva de valorização da educação escolar que respeite a cultura e os saberes tradicionais, que é prevista legalmente mas que raras vezes sai do papel. Falar da Maísa é falar da educação indígena, não há como dissociar uma da outra. Foi da experiência de dificuldades que ela enfrentou para exercer seu ofício que surgiram iniciativas para que o Ipedi executasse vários trabalhos de melhoria na qualidade da educação indígena. Maísa nos sensibilizou demonstrando na pele todas as dores de seus colegas professores indígenas. Assim, foi uma

Mulheres que inspiram – PROFESSORA INDÍGENA QUE REALIZA PROJETOS CULTURAIS PREMIADOS NO PANTANAL

A professora Marlene Rodrigues é professora terena na aldeia indígena Babaçú, em Miranda, no Pantanal de Mato Grosso do Sul. Foto: Luciano Justiniano.  O tom de voz sereno esconde a dona de uma força, de uma garra imensurável. A professora Marlene Rodrigues, indígena da etnia terena fica tímida diante de câmeras e microfones. Mas enfrenta o desafio de se ver filmada e documentada porque compreende a importância de dar voz aos anseios de sua comunidade indígena da aldeia Babaçú, em especial de seus alunos indígenas. “No passado as crianças não gostavam mais de participar da dança, cantar nossas musicas tradicionais, não comiam mais a comida típica, eles ficavam assim”, conta ela, não sem tristeza no olhar. Mas na voz a esperança suplanta qualquer sentimento ruim porque ela sabe que, agora, esta transformando sua comunidade e que este passado a que ela se refere está mudando. Marlene teve seu projeto, Sons da Aldeia, de revitalização de sua cultura indígena, financiado pela Br

Mulheres que inspiram – A PROFESSORA QUE É UMA DAS AUTORAS DE APOSTILA DE ALFABETIZAÇÃO PARA PESCADORES RIBEIRINHOS

Nos olhos da professora apaixonada pela profissão, o brilho de ver crianças se apaixonando pela leitura. O brilho nos olhos de ver os rostinhos das crianças entretidas ouvindo uma história que ela conta. E contando histórias ela vai educando. A professora é a Walquíria Angélica dos Santos Bitonti, ou Wal mesmo, como todos costumam chamá-la. Especialista em Educação e professora de ofício, a Wal já foi secretária Municipal de Educação. Da vivência com professores e da sua própria em sala de aula, traz a experiência de quem vive na pele o desafio de ser educador em escolas públicas brasileiras. Um desafio que ela enfrenta de um jeito admirável: a Wal tem sempre um jeito diferente de dar aulas. Tem sempre uma carta na manga pra ensinar a ler e a escrever. Quando estava na secretaria de Educação, ela foi uma das principais responsáveis por tornar possível o desenvolvimento do projeto Kalivono nas escolas indígenas de Miranda, no Mato Grosso do Sul, iniciando uma ação de valorização dos

Mulheres que inspiram – A PROFESSORA INDÍGENA QUE NÃO SE IDENTIFICAVA COM SUA CULTURA E QUE MUDOU ISSO TRANSFORMANDO A VIDA DE CRIANÇAS DE SUA COMUNIDADE

Evanilda Rodrigues é professora indígena terena da aldeia Passarinho, em Miranda, no Pantanal de Mato Grosso do Sul. Foto: Luciano Justiniano Evanilda Rodrigues, ou Evanilda Terena, traz no sorriso as marcas de uma mulher que se transformou e que mudou a história – sua pessoal – e também de sua comunidade. Indígena terena, ela conta que demorou para reconhecer sua identidade étnica. Por ter vivido longo tempo fora da aldeia, distante de costumes e saberes tradicionais, tinha dificuldade em se reconhecer como indígena. Sua historia mudou quando, num movimento de retorno, Evanilda tornou-se professora da escola de sua comunidade e participou do projeto Kalivono, realizado pelo Ipedi. No projeto, Evanilda discutiu seu papel de educadora, aprendeu a reconhecer os costumes de seu povo e a importância de que saberes tradicionais como a língua fossem revitalizados para fortalecer a identidade de crianças que, como ela própria, tinham dificuldade de sentirem-se parte de um povo. Foi