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“Buscamos incentivar a leitura como uma forma de interação com o mundo”, diz a especialista em educação do Ipedi, Walquiria Bitonti. Na foto com a pequena Dayane Sá, que encarnou a personagem Emília. |
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A equipe do Um pé de livro e do Ipedi com alunos da Apae que enceraram uma das histórias contadas pelo projeto na apresentação para a comunidade |
“-Espere – disse Emília. O
escrevedor de memórias vai escrevendo, até sentir que o dia da morte vem vindo.
Então pára; deixa o finalzinho sem acabar. Morre sossegado.
-E as suas memórias vão ser
assim?
-Não, porque não pretendo
morrer. Finjo que morro só. As últimas palavras têm de ser estas: “E então
morri…” com reticências”.
(Trecho de Memórias de Emília, de Monteiro Lobato)
Sim!
É a Emília – considerada uma das mais marcantes personagens da literatura em
língua portuguesa – a anfitriã do mundo mágico que está se descortinando para
comunidades do Pantanal: um mundo de “árvores que dão livro”, preguiçosos
tapetes sob estas árvores, deliciosas almofadas coloridas, professoras craques
na contação de histórias e caixotes cheios de livros – muitos livros. Tal é o
cenário que está sendo levado para bairros e comunidades de Miranda, cidade que
fica a 210 quilômetros de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, no coração do
Pantanal.
O
projeto Um pé de livro é uma iniciativa comunitária e conta com financiamento
do Prêmio de Inovação Comunitária oferecido pela organização Brazil Foundation.
O trabalho tem acompanhamento por meio de mentoria do Instituto de Pesquisa da
Diversidade Intercultural, o Ipedi. Semanalmente o projeto leva atividades
lúdicas e de leitura para bairros e comunidades da região pantaneira.
“Oferecemos
um olhar do Pantanal para além das belezas naturais: pelo prisma das pessoas,
da gente que convive com um dos mais complexos ecossistemas do planeta e que
nem sempre é percebida com a importância que deveria. E no centro deste
processo estão nossas crianças, ávidas por conhecer, por saber”, explica a
presidente do Ipedi, Denise Silva. “A gente começa a mudar o mundo oferecendo a
estas crianças uma das ferramentas mais importantes de compreensão, de
transformação da realidade que é a leitura”, completa.
A
leitura tem a incrível capacidade de formar cidadãos ativos na construção de
uma sociedade mais justa, igualitária. Mas, para isso, é necessário, primeiro,
oferecer às crianças a oportunidade de conhecer o mundo mágico da leitura. “A
longo prazo, essa boa relação com a leitura é o que a transformará em uma
cidadã, capaz de ler os acontecimentos de sua sociedade criticamente e de
conhecer e reivindicar seus próprios direitos”, diz a professora de pedagogia
da Faculdade Uninassau, Belém.
“É
este o foco do projeto Um pé de livro”, explica a especialista em Educação do
Ipedi, professora Wallquíria Angélica dos Santos Bitonti.
O
“Um pé de livro” foi apresentado à comunidade na noite da sexta-feira, 17 de
agosto, ao mesmo tempo que outros projetos também desenvolvidos pelo Ipedi, em
evento realizado na Escola Estadual Caetano Pinto.
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