Nadinaghajetedi Ejiwajegi.
Este é o nome na língua indígena kadiwéu do projeto que está sendo desenvolvido
na aldeia Alves de Barros, no município de Porto Murtinho, na divisa do Brasil
com o Paraguai. A iniciativa, que tem o título traduzido para o português como “Pinturas
do Povo Kadiwéu” foi um dos projetos contemplados pelo Prêmio de Inovação
Comunitária Outra Parada, patrocinado pela Brazil Foundation, com a mentoria do
Instituto de Pesquisa da Diversidade Intercultural (Ipedi).
O projeto, coordenado pela designer indígena Benilda Kadiwéu
realiza oficinas focadas nos indígenas mais jovens da comunidade, nas quais
eles aprendem a fazer de pinturas kadiwéu corporais e em tecidos, fortalecendo
a cultura visando o envolvimento social da comunidade.
Como outras comunidades indígenas, os Kadiwéus passam por um
processo acentuado de desaparecimento de saberes tradicionais, causado em
grande parte pela ausência de políticas públicas que fomentem o fortalecimento
de culturas ancestrais como importante componente da identidade nacional. Aos
poucos, saberes detidos pelos anciãos e não repassados às novas gerações
tornam-se extintos, indo para os túmulos com os mais velhos. A identidade
cultural morre, deixando nossos jovens e crianças sem um “lugar no mundo”, em
que não assimilam totalmente a cultura do não-índio e desconhecem a cultura de
sua etnia. Esta crise de identidade gera baixa autoestima, enfraquecimento de
laços comunitários e, mesmo, possibilita que, em meio a esta confusão, tenhamos
um cenário de jovens como alvos fáceis para alcoolismo, drogas, violência
doméstica, etc.
“O resgate cultural é, portanto, fundamental para fortalecermos os
laços comunitários e garantir a sobrevivência de saberes tradicionais que estão
morrendo”, afirma Benilda Kadiwéu.
#OutraParada2019
#BrazilFoundation #Ipedi
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