A noite cai no Pantanal. A escuridão
não assusta um grupo aguerrido de estudantes indígenas. São anciãos, donas de
casa, jovens. Um total de 26 pessoas que, depois de um dia inteiro de trabalho,
saem de casa e vão para a escola municipal que fica no meio da aldeia indígena
terena Argola, localizada há mais de 15 quilômetros da área urbana do município
de Miranda, em Mato Grosso do Sul.
A canseira do dia é deixada fora da
sala. Agora é momento de focar para alcançar um sonho que estes 26 índios
compartilham: o de ingressar num curso da Universidade Federal de Mato Grosso
do Sul (UFMS).
Na escola são recebidos pelo professor
de português Willie Macedo – voluntário que veio para oferecer preparação na
área apontada pelos estudantes como a maior dificuldade na hora de enfrentarem
o vestibular: a produção de texto e a língua portuguesa.
Se para um aluno não-indígena a
redação é um dos maiores desafios do vestibular, para estudantes indígenas as
dificuldades são ainda maiores. “A produção textual nos vestibulares é visto de
forma bastante dificultosa pelos indígenas, pois a língua materna - os dialetos e expressões - não é o português, e sim a língua terena”,
explica o professor indígena Gerson Rodrigues, que coordenou o projeto de
oficinas de produção de texto para vestibulandos indígenas.
A iniciativa foi realizada pela
parceria do Ipedi (Instituto de Pesquisa da Diversidade Intercultural) com a
Secretaria Municipal de Educação de Miranda. “O trabalho trouxe a oportunidade dos
participantes continuarem a sonhar com o ingresso no ensino superior”, afirma
Rodrigues.
As aulas aconteceram entre novembro e
dezembro e o vestibular em dezembro. O resultado sai no dia 20 de janeiro.
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#BFapoio2019 #Ipedi
O
professor Willie Macedo foi o voluntário para dar aulas de produção textual e
português, áreas apontadas pelos alunos como uma das mais difíceis.
O
grupo beneficiado pelo projeto é bastante heterogêneo: há alunos do Ensino
Médio, professores, donas de casa e até mesmo anciãos indígenas.
O
cacique Aldenir Julio e o vice-cacique Jeferson Francelino, durante uma das
aulas: em todos os projetos desenvolvidos nas aldeias o apoio dos líderes
tribais e fundamental.
A então secretária Municipal de Educação e Cultura, Walquíria Angélica dos Santos Bitonti, foi parceira do Ipedi na realização do projeto. |
“O
trabalho trouxe a oportunidade dos participantes continuarem a sonhar com o
ingresso no ensino superior”, afirma o professor Gerson Rodrigues.
As aulas aconteceram entre novembro e dezembro e o vestibular em dezembro. O resultado sai no dia 20 de janeiro. |
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