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PESCADORES RIBEIRINHOS SÃO AFETADOS PELA CRISE DA PANDEMIA DO NOVO CORONAVÍRUS

A crise econômica causada pelo novo coronavírus afeta cruelmente comunidades tradicionais do Pantanal de Mato Grosso do Sul.

A situação de pescadores ribeirinhos é dramática. “Não pude ir pescar, não tem quem compra os peixes. Nem tem quem nos carregue, nos abasteça com combustível, nos forneça gelo”, conta dona Nilza Bandeira Zwicker, pescadora que vive numa comunidade ribeirinha de Miranda, no Pantanal de Mato Grosso do Sul (MS).

A pandemia veio para agravar um problema que já assolava pescadores profissionais de Miranda.
Em 2020 pescadores como dona Nilza, seus pais, seus irmãos, que viveram a vida inteira retirando o sustento dos rios pantaneiros estão vendo sua principal atividade econômica inviabilizada pela política restritiva de pesca promovida pelo governo de MS.

Buscando alternativas de sustento, dona Nilza e seus familiares vinham desenvolvendo a apicultura de forma sustentável.

Dona Nilza vem coordenando o projeto Apiário Flor de Camalote que recebeu financiamento do Prêmio de Inovação Comunitária Outra Parada, da BrazilFoundation e tem a mentoria do Ipedi para o desenvolvimento da atividade apícola como uma nova alternativa de geração de renda para ela e sua comunidade.

Mas, agora, os planos ficaram em suspenso. A maior preocupação é sobreviver ao vírus.
Os pais de dona Nilza, seu Joaquim e dona Isolina  têm 85 e 74 anos respectivamente e são algumas das pessoas da comunidade que estão no grupo de risco para a covid-19. Todos os que vivem na comunidade ribeirinha agem com bastante cuidado para preservar a saúde dos mais velhos, respeitando ao máximo as orientações de higiene e distanciamento social. 
Dona Nilza, antes da pandemia, com caixas de apicultura no barco: a atividade com as abelhas é a alternativa que eles encontraram para enfrentar a política restritiva de pesca. Foto: Luciano Justiniano

Evaldo Zwicker, em meio as caixas para a exploração da apicultura – um sonho que está em suspenso, por causa do vírus. Foto: Luciano Justiniano.

“Só nos resta aguardar e orar para tudo acabar bem”, diz dona Nilza. “A maior e a preocupação e pensar até quando vai ficar assim”, finaliza.


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